quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Joel Ferreira Melo e Antônio Roberto recebem o 'Prêmio Alberto Lamego'

Fotos: César Ferreira
A filha de Antônio Roberto Fernandes, Raquel Fernandes e o poeta Joel Ferreira Melo

Por Wesley Machado

Os poetas Joel Ferreira Melo e Antônio Roberto Fernandes (in memorian) foram agraciados nesta segunda-feira (13) com o Prêmio Alberto Lamego, concedido pelo Conselho Municipal de Cultura. Os prêmios foram entregues em solenidade organizada pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, no Palácio da Cultura.

Joel Melo recebeu o prêmio e o dedicou aos familiares e amigos presentes à solenidade. A escritora Arlete Sendra fez o elogio a Joel. A filha de Antônio Roberto, Raquel Fernandes, fez o elogio e recebeu o prêmio pelo pai, falecido há pouco mais de dois anos.

O secretário de Cultura e presidente do Conselho de Cultura, Orávio de Campos, falou sobre a importância desse momento. “Estamos reconstruindo toda a aura que envolve esse prêmio máximo da cultura. A partir do ano que vem, teremos um modelo que foi sugerido pelo Avelino (Ferreira), que vai premiar os artistas por correntes estéticas, como teatro, literatura, artes plásticas, música, e outros”, disse.

Antes da premiação se apresentou a Cia Musicatto com Amaro Duboy e Sara Cesário nos violinos e Monalisa Toledo no violoncelo. O grupo tocou peças clássicas com a participação de Reubes Pess na guitarra, que tocou rock e MPB. Na platéia estavam o ex-vereador Hélio Coelho, o presidente do Conselho Municipal do Idoso, Delso Gomes, intelectuais, professores e estudantes, entre outras pessoas.

O evento foi aberto pela vice-presidente da Fundação Cultural Oswaldo Lima, Maria Helena Gomes. Compuseram a mesa, o secretário de Cultura Orávio de Campos; o presidente da Fundação Cultural Oswaldo Lima, Avelino Ferreira; o secretário municipal de Finanças, Francisco Esqueff; a reitora do Centro Universitário Fluminense (UNIFLU), Regina Sardinha; a presidenta da Academia Pedralva de Letras e Artes, Sueli Petrucci; e o vice-presidente da Academia Brasileira de Letras, Vilmar Ferreira Rangel.

O presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Avelino Ferreira (E) e o secretário de Cultura, Orávio de Campos Soares (C), durante entrega do Prêmio Alberto Lamego a filha do agraciado, o poeta Antônio Roberto Fernandes (in memorian), Raquel Fernandes

O poeta, Joel Ferreira Melo, recebendo o Prêmio Alberto Lamego das mãos do secretário municipal de Finanças, Francisco Esqueff








terça-feira, 23 de novembro de 2010

Antonio Roberto e Joel Melo são laureados com o Prêmio Alberto Ribeiro Lamego

O Prêmio de Cultura Alberto Ribeiro Lamego saiu para dois intelectuais: Antonio Roberto Fernandes (in-memoriam) e Joel Ferreira Melo, professor do Centro Universitário Fluminense e membro da Academia Campista de Letras, por decisão democrática do Conselho Municipal de Cultura – CONCULTURA -, reunido na última terça-feira, na Biblioteca Nilo Peçanha.

A entrega das comendas ao agraciado e à família de Antonio Roberto, será realizada no dia 13 de dezembro ´próximo, a partir das 19 horas, no Palácio da Cultura, durante um café literário a ser dirigido pela vice-presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Maria Helena Gomes. A informação é do presidente do conselho, professor Orávio de Campos Soares.

PRÊMIO ESPECIAL

Pelo atual regulamento, apenas uma personalidade deveria ser premiada, mas o conselho, com sua autonomia, resolveu indicar duas pessoas, uma in-memoriam e outro atuante no plano da cultura municipal. Cerca de 26 nomes foram indicados pelas entidades representativas do Conselho e os dois eleitos tiveram a maioria dos votos em lista tríplice.

Para 2011, também por decisão do CONCULTURA, serão criados premiações específicas para agraciar os destaques anuais nos diferentes campos de atuação cultural, como teatro, música, artes plásticas, cinema/documentário, dança e cultura popular, independentemente do Alberto Ribeiro Lamego, que permanecerá como um prêmio especialíssimo de cultura no municipio.

Para o presidente, professor Orávio de Campos, a retomada do prêmio mais importante da cultura, que homenageia o pesquisador, escritor e geólogo Alberto Ribeiro Lamego, filho do escritor Alberto Frederico de Moraes Lamego, autor de “Terra Goytacá”, é uma demonstração de apreço da municipalidade para com os produtores de conhecimento da cidade.

Festival de Cultura Universitária vai desenvolver potencialidades

O secretário de Cultura, Orávio de Campos Soares (C), durante reunião com representantes de instituições de ensino

A secretaria Municipal de Cultura vai criar, por decisão do prefeito Nelson Nahim, atendendo à indicação do vereador Abdo Neme, o UNIFEST – Festival de Cultura Universitária de Campos dos Goytacazes – destinado a estimular, desenvolver e apoiar as potencialidades socioculturais e artistas da comunidade acadêmica do município.

Reuniões vem sendo realizadas com reitores, diretores de cursos e de departamentos culturais, além de representações de diretórios acadêmicos, visando a dar consistência ao projeto a ser assinado pelo prefeito, “uma vez que o evento será incluindo no calendário cultural da cidade”, informou o Secretário de Cultura, professor Orávio de Campos.

PARTICIPAÇÃO

Já marcaram presença nas reuniões a reitora do Centro Universitário Fluminense (UNIFLU), professora Regina Sardinha, além do diretor da Faculdade de Direito de Campos, Levi de Azevedo Quaresma, bem como representantes da UNIVERSO, Cândido, UENF, Mendes, Faculdade de Medicina e Fundação da Infância e da Juventude.

- O ideal seria a participação de todas as universidades. Dessa forma poderiamos compor uma programação importante para o I UNIFEST, a ser realizado no mês de maio do próximo ano. Mas estamos otimistas quanto a integração de todos os alunos na demonstração de seus talentos – disse o secretário, muito animado com a idealização dessas possibilidades.

Pela proposta da secretaria de Cultura o evento poderá privilegiar os festivais de Cinema, Teatro, Dança, exposição de artes plásticas, gincanas culturais, espetáculos de raiz, concursos de literatura, isso além de trabalhos monográficos, dissertações de mestrado e teses de doutorados apresentados e defendidos pelas universidades instaladas no município.

Haverá, também, prestação de serviços à comunidade nas diferentes áreas de estudos dos alunos participantes e o destaque será o Prêmio Saber Científico a ser oferecido aos dois melhores alunos universitários que tenham, no exercício acadêmico, de certa forma, contribuido para o desenvolvimento cultural do município.

Restauração do Solar de Santo Antonio só com retirada dos velhinhos do Asilo do Carmo

A presidente do Asilo do Carmo, Conceição Santana e o secretário de Cultura, Orávio de Campos Soares

O presidente do COPPAM – Conselho de Preservação do Patrimônio Municipal -, professor Orávio de Campos Soares visitou na sexta-feira (19/11), em companhia da diretora administrativa da Secretaria de Cultura, pesquisadora Maria Lucia Bittencourt da Fonseca, as dependências do Solar de Santo Antonio, onde funciona o Asilo Nossa Senhora do Carmo.

Recebidos pela presidente do asilo, assistente social Conceição Santana, o presidente procurou se inteirar da situação da reforma do solar, por conta do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional -, que, no entanto, somente começará a obra, orçada em cerca de R$ 3 milhões, quando forem transferidos todos os velhinhos internados na instituição.

PROBLEMAS

O Solar de Santo Antonio, de propriedade do Asilo do Carmo – e que se encontra escorado - é tombado pelo IPHAN, cujo superintendente regional no Estado do Rio de Janeiro, Carlos Fernando de Souza Leão de Andrade, liberou os recursos para as obras. “Mas precisamos retirar os idosos para que a obra seja realizada no menor espaço de tempo”.

O problema maior, no entanto, é que diretorias passadas resolveram construir um anexo nos fundos do patrimônio para abrigar os velhinhos, já que as estruturas do solar estavam compromitidas, informou o presidente do COPPAM. “Agora, além da retirada dos idosos, o IPHAN vai demolir os anexos feitos sem sua autorização”, salientou.

- O ideal seria a construção de um outro asilo ou um centro de convivência para os idosos. No governo Alexandre Mocaiber a situação chegou a um termo comum, com a asinatura dee um acordo com o IPHAN. Uma área nos fundos do asilo foi desapropriada, só que a municipalidade não pagou – explicou o professor Orávio de Campos.

O assunto será submetido ao prefeito Nelson Nahim. Para o presidente do COPPAM “temos que encontrar uma solução, já que o IPHAN está exigindo de nós as providências necessárias”. Ele diz que o que cabe à municipalidade é pouco e viável e isso precisa ser feito para que não “percamos os investimentos do governo federal na restauração do Solar”.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Prêmio de Cultura “Alberto Ribeiro Lamego”



HISTÓRICO

O Prêmio foi criado, em 1986, pela então diretora do Departamento de Difusão Cultura da municipalidade, professora (hoje empresária) Diva dos Santos Abreu Barbosa, uma inovação do governo do prefeito José Carlos Vieira Barbosa, destinada a premiar os intelectuais da cidade destacados através de sua produção cultural de diferentes correntes estéticas.

A “Folha da Manhã” do dia 19 de novembro de 1996 publicou matéria com a criadora, 11 anos depois de sua primeira premiação, ocorrida em 1987, ocasião em foram laureados os escritores Osório Peixoto Silva e José Cândido de Carvalho e o jornalista, escritor e dramaturgo Hervé Salgado Rodrigues.

Diva conta que “ao assumir o cargo encontrou apenas uma sala vazia”. Uma sala sem memória – recorda, ao salientar que o prêmio surgiu dentro de um projeto artístico desenvolvido pelo Departamento. Ela lembrou que na época começava um trabalho de resgate das casas de cultura. Depois foi criado um concurso para a escolha do troféu, sagrando-se vencedor o arquiteto Ricardo Paes Teixeira.

“Com o resgate das casas de cultura, José Cândido de Carvalho foi homenageado dando nome a de Goytacazes”, publicou a Folha. “Depois disso ele passou a ficar de bem com Campos”, referindo-se a certa mágua que o escritor tinha com a cidade, que pouco valorizava seus artistas.

CRIADOR DO TROFÉU

“Folha da Manhã” do dia 26 de setembro de 1986 publicou matéria sobre o criador do Troféu Alberto Ribeiro Lamego, assinalando que o nível dos trabalhos foi muito elogiado pela Comissão Julgadora integrada pelo arquiteto Renato Marion de Aquino, representando o Departamento Cultural; César Moraes Magalhães, da Associação Norte Fluminense de Engenheiros e Arquitetos (ANFEA), José Lauro Saraiva, da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima; e Marilia Novo, convidada especial.

“Entusiasmado com o projeto que vem sendo desenvolvido pelo Departamento de Cultural, o arquiteto Renato Marion de Aquino disse que o Prêmio Alberto Ribeiro Lamego representa a retomada da esperança em termos culturais para Campos”, enfatizou o jornal.

Diva Abreu, que acompanhou o julgamento dos cinco trabalhos apresentados, juntamente com o professor Aristides Artur Soffiati Neto, criticou o pequeno número de participantes. E foi incisiva: “Está na hora do campista olhar a sua cidade fora dos parâmetros das colunas sociais”.

Vencedor do concurso, Ricardo Paes Teixeira disse que essa é a segunda vez que participa de concursos na região, recebendo nas duas oportunidades o primeiro prêmio. Dessa vez, no entanto, observou que foi muito mais gratificante ter o seu trabalho escolhido como o melhor, pois ele estará contido no contexto de uma Lei Municipal.

Sobre o projeto, Ricardo informou que se baseou no fato do historiador Alberto Ribeiro Lamego ter se ligado sempre à pesquisa, o que pode ser considerado a busca de origens.

Representando fisicamente a origem, foi criada uma esfera envolvida por um elemento vertical – como se fosse a busca – e todos esses elementos sob uma base plana simbolizando a região de pesquisa do escritor e geólogo, ou seja: a planície decantada nos versos de Azevedo Cruz.

OS LAUREADOS

1987 – Escritor Osório Peixoto Silva
Escritor José Cândido de Carvalho
Jornalista Hervé Salgado Rodrigues

1988 – Artista Plástico Ivaldi Granato
Educadora Maria Tereza da Silva Venancio
Professor Mário Ferraz Sampaio

1989 – Professor Aristides Artur Soffiati Neto

1990 – Jornalista Amaro Prata Tavares

1991 – Professor Walter Siqueira

1992 – Historiador Waldir Pinto Carvalho

1993 – Escritor Padre Antonio Ribeiro do Rosário

1994 – Livreiro João Sobral (Ao Livro Verde)
Filósofo José Américo Mota Pessanha (In-memóriam)

1995 – Professora Zuleima Oliveira Faria
Folclorista Ana Augusta Rodrigues (In-memóriam)

1996 – Dramaturgo Orávio de Campos Soares, João Rodrigues de Oliveira e o Filólogo Newton Perissé Duarte (In-memóriam).

Obs.: Nos anos de 1997 e 1998 não houve indicação e entrega do prêmio. Em 1999 a cerimônia premiou de uma só vez sete personalidades,
Jornalista João Rodrigues de Oliveiravalendo os prêmios pelos anos de 1997, 1998 e 1999, a saber:

1997 - Welligton Paes e Pedro Manhães (In-memóriam)

1998 - Gercy Pinheiro de Souza,Yeda Botelho Salles (In-memóriam) e Wilson Batista (In-memóriam)

1999 - Jorge Renato Pereira Pinto e Adilson Alves Rangel (In-memóriam)

Obs: Não foram encontrados registros de outras indicações entre os anos de 2000 e 2007.

2008 – Educadora Maria Elizabeth Vieira de Araújo.

2010 - Professor Joel Ferreira Melo e o poeta Antônio Roberto Fernandes (in-memóriam).

2011 - Maestrina Vilma Rangel Braga e o teatrólogo Felix da Silva Carneiro (in- memóriam).

2012 - Compositor Geraldo Gamboa e Professora Rita Maria de Abreu Maia (in-memóriam).

QUEM FOI/É ALBERTO RIBEIRO LAMEGO

No livro “Gente Que é Nome de Rua”, o historiador Waldir Pinto Carvalho, tece uma bibliografia do homenageado:

Alberto Ribeiro Lamego nasceu em Campos no dia 9 de Abril de 1896. Era/é filho de Alberto Frederico de Moraes Lamego e de Dona Joaquina Maria de Couto Ribeiro Lamego.

Historiador como seu pai, que escreveu a célebre coleção “Terra Goitacá”, tornou-se mais conhecido como Lamego Filho e produziu, por sua vez, também uma obra das mais valiosas da qual, ainda que de maneira ligeira, iremos falar no decorrer desta pálida homenagem que rendemos à sua memória.

Tendo as primeiras letras em sua sempre amada terra natal, concluiu pelo ano de 1910 o curso primário, não no Brasil, mas no “Colégio Campolide” dos padres jesuítas na cidade de Lisboa, em Portugal, uma vez que sua família passou a residir na Europa.

Nesse educandário português começou, também, o curso secundário, indo, entretanto, concluí-lo no Colégio Saint Michell, igualmente de jesuítas, em Bruxelas, na Bélgica. Em 1913, com 27 anos de idade, pediu sua inscrição no Curso de Engenharia de Artes, Manufatura e Minas, da Universidade de Louvain.

Estava iniciada a jornada em busca do saber maior, daquele conhecimento que haveria de fazê-lo conhecido, famoso e respeitado, não apenas em seu pais de origem, mas em todo o mundo.

Londres era agora o seu alvo. Em 1914 para aquela cidade se transferiu para realizar novos estudos. Cursou, a partir de então, a Royal School of Mines do Imperial College of Science and Technology.

Espírito prático, na mesma ocasião,usando o tempo que lhe sobrava, freqüentava o Curso de Licenciado em Engenharia de Minas da Universidade de Londres. Já em 1918, havia concluído satisfatoriamente esses dois valiosos cursos.

Seu retorno ao Brasil ocorreu pelo ano de 1920. Uma vez em que seu país, com todo direito, ingressou no Serviço Geológico do Ministério da Agricultura.

E, assim, pondo a prova os seus conhecimentos, executou diversos trabalhos de campo em várias regiões do Brasil, cuja experiência muito lhe valeu para a sua obra do futuro.

Entre os anos de 1924 e 1932, Lamego Filho, afastou-se do Serviço Geológico, mas retornando ao órgão onde havia iniciado a sua bela carreira, pôde muito oferecer de importante ao setor.

Da enorme relação de dados sobre o ilustre campista, consta os seguintes:

– Diretor da Divisaõ de Geologia e Mineralogia do Departamento Nacional de Produção Mineral entre os anos de 1951 e 1961, quando publicou 162 trabalhos executados pelos técnicos sob a sua direção.

– Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade Brasileira de Geologia, da Associação dos Geográfos Brasileiros, da Academia Fluminense de Letras, da Academia Campista de Letras, (ocupando a Cadeira nº 9, cujo patrono é Francisco Saturnino Rodrigues de Brito), do Instituto Histórico e Geográfico da cidade do Rio de Janeiro, do Instituto Pan-Americano de Geografia e História.

– De 1951 a 1961, ocupou o cargo de Delegado do Ministério da Agricultura, junto ao Conselho Nacional de Geografia;

– Delegado do Brasil nos Congressos Internacionais de Geologia, realizado em Londres, Argel, Copenhague, Nova Delhi, e tomou parte nas reuniões da Comissão da Carta Geológica do Mundo, levadas a ereito em Hanover, Paris, Montividéu, Rio de Janeiro, Praga e Lima.

– Em 1972, serviu como Delegado do Brasil no Congresso Internacional de Geologia no Canadá;

– Delegado do Brasil ao Congresso Internacional de Geografia do Rio de Janeiro e aos Pan-americanos de Engenharia de Minas e Geologia de Petropólis e da cidade do México;

– Delegado aos Congressos Nacionais de Geografia de Florianópolis, Rio de Janeiro e de Brasília, bem como delegado aos Congressos Nacionais de geologia do Rio e de Vitória;

– Data de 1966, a sua participação como delegado ao Primeiro Simpósio Brasileiro de Paleontologia;

– Vice-Presidente da Comissão da Carta Geológica Internacional do Mundo, com sede na capital da França;

– Ex-Vice-Presidente da União Internacional das Ciências Geológicas com sede em Copenhague;

– Membro das bancas examinadoras dos concursos para cátedras de Geografia do Brasil, da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo; de Geografia Humana, da Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil e de Geografia Geral do Colégio Pedro II. Membro da banca examinadora para mestrado no Conselho Nacional de Geografia , da irmã Loreto e membro da banca examinadora para doutorado na Puc;

– Em 1958 tomou parte como Membro da Comissão do Conselho Nacional de Economia para a Recuperação do Nordeste brasileiro;

– Prêmio José Boiteux no Congresso Nacional do Rio de Janeiro de 1946, pelo seu trabalho intitulado “ O Homem e a Restinga”.

– Prêmio Orville A. Derby, com trabalho sobre Geologia do Brasil, intitulado “Mapa Geológico do Brasil”.

– A pedido do Dr. Rodrigo de Melo Franco, Diretor do IPHAN, fez o tombamento dos monumentos do Estado do Rio de Janeiro;

– Em 1949, em sua cidade de Campos, ocupava o cargo de Professor de Geografia do Curso Noturno do Liceu de Humanidades;

– Perito na Questão de Limites entre os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais;

– Ocupou o cargo de Chefe do Grupo Brasileiro de Convênio Brasil-Estados Unidos, para pesquisa de urânio no Brasil entre os anos de 1957 e 1961. Convém lembrar que nessa chefia organizou uma longa série de reconhecimentos, abrangendo grandes áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernanbuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Goiás e Mato Grosso, quando encontrou jazidas de urânio. Os resultados foram apresentados em relatórios à Comissão Nacional de Energia Nuclear;

– Além de tudo, Alberto R. Lamego, chegou a ocupar o cargo de Assessor do Departamento Nacional de Produção Mineral e da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Entre os seus 44 trabalhos literários que publicou e deixou inéditos, podemos destacar os seguintes:

- A PLANÍCIE DO SOLAR E DA SENZALA, em cujo prefácio diz Oliveira Viana:

“Há nele uma mistura de imaginação e realidade, de inspiração literária e preocupação científica. Lamego Filho trai nele o poeta que se fez homem de ciência, o autor de versos e o engenheiro de minas...”;

A BACIA DE CAMPOS NA GEOLOGIA LITORÂNEA DO PETRÓLEO, publicado em 1944. com esse trabalho, Lamego Filho confirmou de forma técnica o que sempre foi uma obsessão da gente da Baixada Campista: a existência de petróleo nos Campos da Boa Vista;

O HOMEM E A RESTINGA. Medalha de Ouro do Congresso Nacional de Geografia do Rio de Janeiro de 1946 ( Biblioteca Geográfica Brasileira). A introdução feita pelo autor assim se inicia:

“Em O Homem e o Brejo andamos sobre a terra fértil. Sobre as auviões fecundas que emergiram de um dilúvio. Ali vimos enraizar-se tenazmente o homem, imantado pela opulência do solo e elevando por trezentos anos, com seus braços, uma crescente frutificação soberba.

O cenário agora é bem diverso. Pulamos a fartura máxima da gleba a uma penúria extrema. Das argilas ricamente produtivas e abandonadas por um rio, a extensíssimos areaias estéries depositados pelo mar. Duas planícies, dois ambientes secularmente contrastantes, sobretudo quando os vemos lado a lado...”

O HOMEM E A GUANABARA. Esta obra foi publicada em 1948, sob o patrocínio da Biblioteca Geográfica Brasileira, e se constitui noutra produção da maior utilidade para os estudiosos da área:

O HOMEM E A SERRA. Biblioteca Geográfica Brasileira, Rio de Janeiro, editada em 1950. Valiosa fonte de estudos;

GEOLOGIA DAS FOLHAS DE CAMPOS, SÃO TOMÉ, LAGOA FEIA E XEXÉ. Esta obra que faz evoluir a possibilidade de existência de petróleo em Campos, foi publicada no Rio em 1955;

Em carta, assim se referiu a Alberto Ribeiro Lamego, o grande escritor brasileiro, Agrippino Griecco:

“Cada vez me sinto mais entusiasmado com teus livros. Estás realizando admirável trabalho de conjunto. Há substância, boa linguagem, serena crítica sociológica em tudo que rediges...”.

Em 1974, Alberto Ribeiro Lamego, lançou a Segunda Edição de seu livro “O HOMEM E O BREJO”. Um dos locais para o evento, escolhido pelo renomado homem da ciência , foi a livraria LIVRO VERDE, em Campos, cujas portas lhe foram abertas prazenteiramente pelo seu proprietário João Sobral.

A “manhã de autógrafos”, da qual participaram seus amigos e o mundo intelectual de Campos, comparecemos para conhecer pessoalmente a grande figura nacional. Foi, sem dúvida um acontecimento inesquecível e dos mais significativos para a nossa cidade.

Alberto Ribeiro Lamego era casado com a distinta Sra. Marina Lamego.

Com 89 anos de idade, faleceu Alberto Ribeiro Lamego no dia 16 de outubro de 1985, no Rio de Janeiro, onde residia. Sua vontada expressa de ser sepultado em Campos, sua terra natal, foi rigorosamente cumprida por sua família.

Após ficar em câmara ardente na sede da Academia Campista de Letras, da qual era membro efetivo, seu corpo foi velado na Igreja de São Francisco, local histórico, onde um marco informa que ali há 300 anos, a população de São Salvador dos Campos a fez elevar-se à categoria de Vila.

O MONITOR CAMPISTA, reportando-se ao fato, entre outras palavras publicou:

“O filho da terra repousa abraçado ao solo em que nasceu e que tanto amou....

… o amante de PLANÍCIE DO SOLAR E DA SENZALA e o analista de O HOMEM E O BREJO realizou uma obra singular, correspondendo os méritos do escritor à ciência e aos títulos do técnico e do historiador.

… Bastaria citar a vice-presidência da Carta Geográfica Internacional, que ocupou, para atestar sua posição na comunidade científica, ombreando-se aos pesquisadores dos países mais avançados.

A NOTÍCIA, em seu comentário sobre o grande vulto, vale a pena destacar o seguinte tópico:

“Um dos livros, A BACIA DE CAMPOS NA GEOLOGIA LITORÂNEA DO PETRÓLEO, datado de 1944, foi uma previsão com mais de 30 anos de antecedência sobre a grande importância da Bacia de Campos na exploração petrolífera, hoje plenamente confirmada com a atuação da Petrobrás na região, que já é a responsável por mais de 50 por cento de toda produção nacional.”

A “FOLHA DA MANHÔ, do dia 17 de outubro de 1985, em seu editorial, entre outros trechos, destacam-se os seguintes:

“As características especiais de um povo que teve a sua fibra e rija espinha dorsal moldada pelas condições adversas que encontrou na terra virgem são o tema predileto de um dos maiores cientistas brasileiros no campo da Geologia. Um cientista cuja obra deveria ser de leitura de todos que pretendam conhecer a verdadeira história da colonização dos Campos dos Goytacazes. Alberto Ribeiro lamego sepultado ontem na terra que tanto amou..."

…Praticamente desconhecido pelas novas gerações – e mesmo a cadeira de História e Geografia da Faculdade de Filosofia pouco acesso tem a seus livros – Alberto Ribeiro Lamego era um entusiasta do que chamou de “a civilização campista”. Um novo tipo de raça pioneira, só comparável aos peregrinos que avançavam pelos terrenos hostis da América do Norte na conquista do Oeste...

…Lamego morre tendo conseguido visualizar uma de suas predições feitas com base e rigor científico. Ele havia, já nos idos de 40, alertado as autoridades para o imenso potencial petrolífero que advinhava na formação sedimentar do delta do Paraíba e na Lagoa Feia. O sonho de Lamego e outros pioneiros que acreditaram no petróleo campista e hoje realidade pujante no trabalho dos técnicos e operários da Petrobrás...

Sendo a vida, inquestionavelmente, uma missão, a de Alberto Ribeiro Lamego , foi, sem dúvida, cumpridade maneira admirável.

Queremos, nesta ligeira homenagem que prestamos à sua memória fazer coro com aqueles que não se cansam de exaltar o seu esforço e dedicação em favor do progresso, não apenas de Campos, mas do nosso sempre amado Brasil.

Se possível fosse nos comunicarmos com a sua personalidade-alma neste momento em que redijo estas palavras (dezembro/87), o faríamos para lhe pedir desculpas pelos campistas que ainda não se dignaram de inaugurar uma bela avenida com o seu luminoso nome.

Estamos certos, entretanto, que um dia, ALBERTO RIBEIRO LAMEGO, será nome de rua em sua sempre adorada Campos dos Goytacazes. (Hoje, finalmente, temos a Avenida Alberto Ribeiro Lamego, que começa na Rua Fhilipe Uébe e se prolonga até a rodovia que dá acesso a São João dea Barra/Atafona e Grussai).


FONTES DE INFORMAÇÃO

TERRA GOYTACÁ – Alberto F. M. Lamego

SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DE CAMPOS – Júlio Feidit

CICLO ÁUREO – Horácio Souza

MOVIMENTO LITERÁRIO DE CAMPOS - Múcio da Paixão

FOLHA DO COMÉRCIO - Coleção de Jornais

MONITOR CAMPISTA – Coleção de Jornais

A NOTÍCIA - Coleção de Jornais

A CIDADE – Coleção de Jornais

GUIA GERAL DE CAMPOS – Hélvio Bacelar/ Herbson Freitas

ARQUIVO PESSOAL – Latour Arueira

ARQUIVO PESSOAL – Walter Siqueira

ARQUIVO PESSOAL – Leontino Machado

ARQUIVO PESSOAL – Carlos Amorim

ARQUIVO BIBLIOTECA MUNICIPAL

Cartórios do 1º, 2º e 3º SUB-DISTRITOS

PROGRAMA “NOSSA TERRA NOSSA GENTE” - Waldir P. Carvalho.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CDL, ACIC e CARJOPA prestam apoio ao programa de revitalização das Bandas


O secretário Municipal de Cultura, Orávio de Campos (D), a presidente da CDL, Maria Luiza Schultz (C) e representantes das bandas de Campos durante reunião de apoio às sociedades musicais

A secretaria municipal de Cultura está contando com o apoio da Câmara dos Dirigentes Lojistas – CDL; Associação Comercial e Industrial de Campos – ACIC; e o Conselho dos Lojistas da Rua João Pessoa e Adjacências – CARJOPA, como aliados na luta para salvar da extinção as sociedades musicais do município, a maioria com mais de 100 anos.

Na reunião realizada na manhã desta quarta-feira (06/10), na CDL – fizeram-se presentes o Secretário Municipal de Cultura, Orávio de Campos; o subsecretário, Sérgio Alvarenga, a diretora Maria Lucia Bittencourt; a presidente da CDL, Maria Luiza Schultz, o empresário Sérgio de Oliveira, da ACIC, além de representantes das bandas. Ficou acertado que todas vão realizar em dezembro uma “Cantata de Natal”.

O professor Orávio de Campos elogiou a participação dos lojistas no programa de revitalização das bandas civis que, além das apresentações natalinas, também terão um convênio para criar cursos de música em suas sedes visando a sua própria oxigenação, além de poderem contar com recursos financeiros para sua manutenção.

Estiveram presentes maestros e representantes de nove bandas: Lira de Apolo; Operários Campistas; Lira São José; Sociedade Musical Nossa Senhora das Dores (Dores de Macabu); Sociedade Musical Nossa Senhora da Penha (Tocos); Sociedade Musical Santo Amaro (Santo Amaro); Euterpe Sebastianense (São Sebastião); Lira Conspiradora; e Lira Guarany.

A Secretaria de Municipal de Cultura está gestando o projeto global, incluindo as cantatas e os convênios para 2011. Quando estiver pronto, na próxima semana, será marcada uma audiência com o prefeito em exercício, Nelson Nahim, na qual estarão presentes todas as lideranças lojistas e as representações das centenárias bandas civis do município.
 
A presidente da CDL, Maria Luiza Schultz, ladeada pelo secretário de Cultura, Orávio de Campos Soares (E) e pelo subsecretário, Sérgio Alvarenga e representantes das bandas

Exumados os despojos da heroína Mariana Barreto

Os restos mortais da heroína Mariana Barreto, filha de Benta Pereira, que estavam sepultados debaixo do piso da Sala dos Dízimos da Igreja de São Sebastião, foram exumados, nesta terça-feira (05/10), numa iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, com a supervisão do museólogo Carlos Roberto Bastos Freitas, diretor do Arquivo Público e com o apoio de Rodrigo Ribeiro Gomes, diretor da Conenge Engenharia.

Orávio de Campos e Carlos Freitas, acompanhando a escavação 

O trabalho de recuperação das relíquias da heroína, que durou quase o dia todo, foi acompanhado pelo secretário de Cultura, Orávio de Campos Soares; da pesquisadora Maria Lucia Bittencourt da Fonseca; da assistente do Arquivo Público, Larissa Manhães; e dos padres Elênio Abreu e Lenilson Alves, além do Ministro da Eucaristia Adaivo Ribeiro. Nas pesquisas participaram, ainda, os operários Rony Lopes e Maicon Olegário.


Carlos Freitas e os operários durante a escavação

MONUMENTO
O professor Orávio de Campos informou que os despojos recolhidos serão depositados numa pequena urna e colocada numa campa a ser construída no mesmo espaço da Sala dos Dízimos. “É que o padre Elênio achou por bem cumprir o que estabelece o testamento da Mariana Barreto, dando conta de que ela seria (como foi) sepultada na igreja de São Sebastião em ato religioso acompanhado pelos prelados”.

- Do lado de fora, num jardim localizado à esquerda do templo, construído em 1730, em área doada pelo Visconde de São Sebastião, será erguido um momento alusivo aos feitos da heroína. “As novas gerações precisam conhecer sua história voltada para a defesa das nossas instituições, numa época difícil em que a Coroa Portuguesa agia com os que se sublevavam contra suas decisões absolutistas”, lembrou o secretário.
 
 
Parte dos despojos encontrados


Padre Elênio (E) e Orávio de Campos conversam logo após a descoberta dos despojos de Mariana Barreto

A recuperação dos despojos foi provocada pela ação do jornalista Humberto Moreira acatada pela Secretaria Municipal de Cultura. Na denúncia constava que “os restos mortais estavam sepultados sob o piso de uma lanchonete”. Nas investigações essa possibilidade foi descartada, mas o Padre Elênio descobriu, conversando com paroqueanos, que a Sala dos Dízimos, em determinada época funcionava como uma espécie de lanchonete.
 
 
Larissa Guimarães e Carlos Freitas durante verificação dos despojos de Mariana Barreto
 
Felizmente o assunto parece estar encerrado. A recuperação dos despojos se dá, na realidade 215 anos depois do sepultamento. “Na realidade, já estava cumprindo o princípio bíblico de que a matéria volta ao pó. Espero, sinceramente, que a contemporaneidade tenha cumprido sua parte na recuperação dessas instâncias espirituais e que a sociedade possa render as justas homenagens a esta mulher importante para a história da cidade”, concluiu o secretário.
 

sábado, 11 de setembro de 2010

Escavação à procura dos despojos de Mariana Barreto

Orávio de Campos e o Ministro da Eucarístia, Adaivo Ribeiro
Assim que o Vigário Geral, da Mitra Diocesana de Campos, Monsenhor Joaquim Ferreira Sobrinho der a autorização, a Secretaria Municipal de Cultura vai coordenar as escavações na Igreja de São Sebastião à procura dos despojos da heroína Mariana Barreto, contando, para isso, com o apoio do Conselho de Preservação do Patrimônio Municipal – COPPAM.

A informação é do secretário, professor Orávio de Campos Soares que, nesta quinta-feira, esteve no distrito para apurar denúncia formulada pelo conselheiro Humberto Moreira, do Conselho Municipal de Cultura, dando conta de que “os depojos estariam sepultados sob uma lanchonete vizinha à igreja”, fato este que, felizmente, não se confirmou.

APURAÇÃO

No distrito, o professor Orávio manteve contato, primeiramente, com as paroqueanas Margarida Henrique dos Santos e com Maria Geni Cordeiro Moço, esta com 80 anos, a maioria dedicada à fé em São Sebastião. “Foi importante a contribuição dessas senhoras para a elucidação do caso. Afinal onde se encontram os restos mortais da heroína?”, comentou o secretário de cultura.

A paroquiana  Maria Geni Cordeiro Moço
O secretário salientou que recebeu informações precisas de que na reforma geral da igreja, (construída no século XVIII, na época do Barão de São Sebastião) os restos mortais foram encontrados e, como nas obras foram retirados os pisos de madeira soterrando o antigo porão do templo, “mandei colocar os despojos numa caixa de madeira”, disse D. Maria Geni.

O encarregado de acompanhar o restauro à época, o ministro da Eucaristia Adaivo Ribeiro, disse que “a caixa não se encontra sob o piso da lanchonete e sim em outro local”, que seria indicado, logo depois, com a presença do administradr Paroquial, Pe. Elênio Barros de Abreu, autorizando que ele prestasse as informações necessárias sobre o assunto.

Administrador Paroquial Pe. Elênio Barros de Abreu


- Foi aqui que encontramos os restos mortais – disse Adaivo, apontando para um espaço ao pé do nicho dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Depois conduziu a equipe à Sala dos Dízimos, onde, segundo ele, mandou cimentar a caixa, quase junto à parede. Diante da importante descoberta, o secretário está enviando ao Vigário Geral autorização para a exumação.


  
Local onde foi encontrado os despojos nos anos 80


Local onde será feita a escavação


MONUMENTO
Embora alguns defendam a possibilidade dos despojos serem transportados para o Panteão dos Heróis, no anexo ao Palácio da Cultura, a comunidade católica de São Sebastião sugere que um monumento seja erguido nos jardins da igreja, com uma placa alusiva e uma publicação falando do empenho de Mariana Barreto na luta contra os Assecas.

 

Igreja de São Sebastião
O secretário Orávio disse que vai levar o assunto ao Prefeito Nelson Nahim e sugerir esta segunda possibilidade, considerando que, quando ainda vivia, a filha de Benta Pereira expressou, por escrito, o desejo de ser sepultada junto ao altar-mór da igreja de São Sebastião. “Retirar os despojos de lá, agora, seria contrariar no devir a vontade da heroína”, finalizou.

BIOGRAFIA

MARIANA BARRETO (de Souza)

Era filha de Pedro Manhães Barreto e Benta Pereira de Souza. Casou-se com Jerônimo Ferreira de Azevedo. De seu casamento teve os seguintes filhos: Pedro Manoel, Ana, Maria, José, Antonio, Jerônimo e Josefa. Por ocasião do seu falecimento, só existiam os dois últimos filhos, isto é, Jerônimo e Josefa. Sabendo-se que José e Maria não chegaram a se casar.

Por outro lado, Manoel e Antonio, foram casados e deixaram filhos. O mesmo aconteceu com Ana que teve uma filha de nome Clara. Mariana Barreto era considerada na sociedade campista uma senhora abastada. A prova é que possuía muitos escravos, assim como muitas terras.

De sua propriedade, era, por exemplo, a Fazenda de Colomins, da qual desmembrara cerca de 200 braças para vender pelo preço de 100 mil réis, 50 das mesmas ao cidadão Felizardo José Manhães e as demais 150 braças passou para dois de seus filhos e para a sua neta Clara, pelo preço de 1 mil réis a braça.

Além disso, Mariana Barreto chegou a possuir em São João da Barra, que nessa época era conhecida por São João da Praia, um bom criadouro e mais uma situação chamada “Ganguela”. Consta que ainda em vida vendeu ao Capitão Manoel Macedo, uma porção de terras que tinha ao lado norte do Rio Paraíba, em frente à propriedade conhecida por “Ganguela”.

Mariana deixou testamento feito em 1º de junho de 1790, isto na residência do Alferes João Manhães Barreto, o qual foi aberto no dia do seu falecimento pelo Dr. José Pinto Ribeiro, que na ocasião tinha o cargo de Ouvidor-Geral e se achava na então Villa de São Salvador. Por outro lado, constituiu herdeiros dos remanescentes de sua terça, depois de pagos alguns legados pios, aos seus filhos e neta Clara, já aqui referidos.

Quanto aos seus testamenteiros, expressou-se desta maneira: “Torno a pedir a meu filho Jerônimo Ferreira Faísca e em segundo lugar a minha filha Josefa Maria de Jesus e em terceiro lugar a Felizardo José Manhães, por serviços de Deus e por me fazerem mercê, queiram aceitar este meu testamento, etc.”.

De Jerônimo Ferreira Faísca, que foi dono da Fazenda Ganguela, procedem os Faíscas, em cujas veias corre o sangue das duas grandes heroínas, Benta Pereira de Souza e de sua filha Mariana Barreto de Souza, as duas mulheres destemidas que nos legaram um exemplo de coragem e abnegação.

No seu testamento, dizia: “Estando no meu perfeito juízo e entendimento que Nosso Senhor me deu, temendo-me da morte e desejando pôr a minha alma no verdadeiro caminho da salvação, por não saber o que Deus Nosso Senhor de mim fará, faço este meu testamento da forma seguinte: Primeiramente encomendo minha alma a Santíssima Trindade”, etc.

Entre outras recomendações faz a seguinte: “Meu corpo será sepultado na Capela do glorioso mártir São Sebastião e amortalhado no hábito de São Francisco e acompanhado do meu reverendo pároco e pelos sacerdotes que se acharem que dirão missas de corpo presente”, etc. Após deixar muitas missas encomendadas e de citar de quem era filha e o lugar em que nasceu, disse que deixava os escravos, João, Timóteo, Sebastião, Joaquim, Domingos, Teodoro, Claudiano, Francisco, Caetana, Maria, Inácia, Bernarda e Merenciana.

O testamento de Mariana Barreto que foi assinado a pedido da testadora por José Antonio Pereira de Carvalho, foi aprovado pelo tabelião ajudante do serventuário Joaquim José da Silva Furtado de Mendonça. O segundo a assinar por solicitação da testadora foi José de Brito e como testemunhas, Manoel da Silva Dias, José Fernandes Pereira, Luiz Caetano de Souza, Vicente de Oliveira e Silva e Manoel José Bastos.

Mariana Barreto de Souza faleceu no dia 22 de dezembro de 1795. Foi sepultada, como pediu, na Capela de São Sebastião, amortalhada no hábito de São Francisco, e acompanhada pelo vigário de São Gonçalo, padre Francisco Rodrigues de Aguiar e por seis sacerdotes que rezaram missa de corpo presente.

Consta que, na época de sua luta junto com Benta Pereira contra os camaristas, entrou na Câmara, prendeu todos os vereadores e os expulsou da Villa de São Salvador, sendo presa e punida com a pena de deportação. Conseguiu, com as riquezas que tinha, comprar o não cumprimento da pena imposta, tanto a ela como aos outros componentes da família, se mantendo na sua terra natal até sua morte.

Assim como seu irmão Francisco Manhães Barreto e sua mãe-heroína Benta Pereira, Mariana Barreto de Souza é hoje nome de rua na sua cidade de Campos dos Goytacazes, que tanto amou e soube defender com destemor.

Pesquisa: Escritor/Pesquisador Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Orávio de Campos é o Coodenador do Fórum de Cultura do Norte Fluminense

Orávio de Campos ao lado de Delmar Cavalcanti, Zeca Barros e Afonso Furtado, da Secretaria de Cultura do Estado, durante o encontro  regional em Quissamã

O secretário Municipal de Cultura, professor Orávio de Campos, é o coordenador do Fórum Regional de Cultura do Norte Fluminense. A indicação ocorreu no último sábado, durante a Conferência de Cultura realizada em Quissamã, com a presença de gestores culturais de Campos dos Goytacazes, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis, Conceição de Macabu, Cardoso Moreira, Carapebús, Quissamã e Macaé.

A representante oficial, eleita por seus pares, junto ao Plano Estadual de Cultura, de que é coordenador Zeca Barros, é a professora Rossana Barcelos Vieira, de Quissamã; sendo suplente Naenilse da Silva, de São Francisco de Itabapoana. O evento, contou com mais de 200 participantes e a palestra principal ficou a cargo do Dr. Aristides Artur Soffiati Neto, que dissertou sobre a regionalidade cultural passando seu discurso pela cultura do meio ambiente.

 O professor Orávio, de quem surgiu a ideia da integração regional da cultura do norte fluminense, vai convocar, nos próximos dias, uma reuniões com os gestores públicos para estudar estratégias voltadas a composição de um calendário cultural para 2011. “Historicamente estamos ligados, agora só falta tratarmos de nossas produções em conjunto”, finalizou.

Numa disputa das mais acirradas, Antônio Roberto de Góis Cavalcanti, da Empresa KAPITAR Empreendimentos Culturais e Turísticos, foi eleito o representante da sociedade civil da cidade junto ao Plano Estadual de Cultura e em suas mãos estão as propostas inovadoras, que beneficiem os nossos produtores culturais.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Campos tem proposta de integração cultural para encontro de Quissamã


Levando como proposta a integração das culturas regionais, uma caravana de produtores de cultura do município participa, neste sábado, a partir das 9 horas, do Encontro Regional de Cultura do Norte Fluminense, em Quissamã, evento promovido pela Secretaria Estadual de Cultura, visando a elaboração de um Plano Estadual de Cultura que contemple todas as correntes estéticas, desde o erudito até as manifestações folclóricas e populares.

A delegação, com cerca de 46 pessoas, será chefiada pelo secretário, professor Orávio de Campos Soares; e contará com os presidentes da Fundação Cultura Oswaldo Lima, Avelino Ferreira; da Fundação Teatro Trianon, Auxiliadora Freitas; Zumbi dos Palmares, Jorge Luiz Pereira e do diretor do Arquivo Público, museólogo Carlos Freitas. E, por parte da sociedade civil, todas as entidades que participam do Conselho de Cultura.

A conferência de abertura do acontecimento estará a cargo do Dr. Aristides Artur Soffiati Neto, professor da Universidade Federal Fluminense. Ele abordará o assunto “História e Cultura da Região do Norte Fluminense”, oferecendo uma abertura para que se possa pensar numa promoção cultural integrada. Para o professor Orávio de Campos Soares, “é preciso estabelecer parcerias em função da construção de uma identidade regional”.

A reunião será presidida pelo intelectual Zeca Barros, Coordenador Geral do Plano Estadual de Cultura e sua equipe que, antes de chegar à regionalidade, realizou, pontualmente, reuniões em todas as cidades, como Campos dos Goytacazes, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis, Cardoso Moreira, Quissamã, Careapebús, Conceição der Macabu e Macaé. A delegação de Campos vai sair nesta manhã, às 6h30min do Palácio da Cultura.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Monumento à Benta Pereira instalado no Jardim São Benedito

 
A efígie de Benta Pereira, desaparecida desde que a praça Hélio Póvoa foi demolida para a construção da Ponte Rosinha Garotinho, acaba de ser repecurada pela secretaria Municipal de Cultura e instalada junto aos jardins da Academia Campista de Letras, a partir de um entedimento entre os membros daquela casa que reúne a inteligência do município. Para que isso acontecesse, o secretário Orávio de Campos Soares contou com a colaboração do secretário de Obras e Urbanismo, César Romero Braga e com o dr. Rodrigo Ribeiro Gomes, da Conenge Engenharia, a quem coube a restauração do monumento composto de três pedras de mármore branco sobrepostas, tendo na parte superior a efígie da heroina. Para o trabalho, a empresa teve que remover cerca de três centímetros de cal, fruto de inúmeras caiações indevidas. “Agora o mármore voltou à sua originalidade e o monumento ficou mais bonito pela valorização de uma placa alusiva ao feito, contendo, inclusive, um expressivo texto de autoria da professora Arlete Sendra”, informou o secretário de Cultura. A (re) inauguração da única peça histórica que homenageia a heroina das Quatro Jornadas contra o domínio dos Assecas vai ser promovida pelos imortais da Academia Campista de Letras, atualmente presidida pelo jurista e intelectual Dr. Elmar Martins.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

História e memória do tempo dos Assecas

   A antiga fazenda do Visconde de Asseca, cuja descendência brigou, por muitos anos e jornadas, contra os fazendeiros e posseiros liderados pela heroína Benta Pereira, e sua filha Mariana Barreto, está perdida no meio do avanço urbanístico do bairro que leva o seu nome e se conurba com Donana, portal da Baixada, aonde estão vivas no imaginário popular as sanhas do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado, personagem do escritor José Cândido de Carvalho. De toda geografia da imensa pradaria onde o sol não tem como se esconder (e assim assevera os verbos amantes de Azevedo Cruz) restou apenas a Capela de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da fazenda extenuada pelo tempo responsável pelos avanços das novas tecnologias de produção capitalista. É o mais antigo e importante dos templos por inserir nas terras goytacazes a ritualidade do cristianismo barroco, por ação competente dos prelados jesuítas. Para os lados do Itaoca, há, ainda, resquícios da cana-de-açúcar mantida por algum sitiante teimoso e que não percebeu, ainda, o lamento final de seu ciclo que, durante mais de três séculos alimentou a escravidão e os poderosos senhores de engenhos. Pelos aceiros, além de um produto mirrado, sem maior grau de sacarose, muito mato, um gado ruminando na engorda e a ausência da casa grande, do bangüe e do correr-de-casas – lugar-senzala da escravada. SER E TEMPO – Hoje, em toda a região, outrora apinhada de engenhocas e usinas, somente a São José, perto dalí, mantém fumegando suas torres, sinal de que a gula de suas moendas está sendo alimentada, apesar da dificuldade de se conseguir matéria-prima. A única testemunha viva do apogeu da Fazenda do Visconde, assim mesmo por ouvir dizer, é Benedito Bastos, 88 anos registrando as mudanças na paisagem verdejante e nos costumes ancestrais. Revelou ser, ainda, administrador da “fazenda”, da família do Dr. Paulo Carneiro. O neto Rodrigo Bastos, 23, auxilia o avô contando coisas de memória. A casa grande ficava à direita, cerca de 500 metros da capela, quase junto à antiga estrada de São Gonçalo. As senzalas desciam pelo além do cercado, planejado no lado norte da igrejinha. Tinha árvores frondosas, currais para o gado e até mesmo lugar destinado à reprodução de negros e a fortuna dos senhores. No interior da capela, de barroco português, existe um clima sacro, embora as imagens miúdas se percam nos oratórios suntuosos. Mas vem sendo usado, ainda, o elevado do coro e consistório, púlpito e altar para missas tridentinas e seteiras contra ataques dos nativos. Todo domingo tem missa no santuário e os cânticos são únicos e não competem, mais, com o batuque dos jongos da negada se divertindo na porta das senzalas. Benedito lembrou-se das 77 festas realizadas enquanto zelador de Nossa Senhora do Rosário. “Muitos foram os que contribuíram”. Citou o fazendeiro Nilto Fonseca, da região do Cundo, “pessoa amiga que a irmandade muito deve pela dedicação durante muitos anos”. Este ano as festas serão nos dias 29, 30 e 31 de outubro. “A data cerca é 7 de outubro, mas as festas coincidem com a data em que a santa foi entronizada no altar”. - Há duas imagens originais guardadas a sete chaves. Se deixarmos aqui podem ser roubadas por colecionadores. Só na procissão é que a importante peça sacra é mostrada aos fiéis – lembra Rodrigo, enquanto ajuda no recolhimento de adobes gigantes saídos do solar do Visconde, demolido nos anos 50, “quando era prefeito José Alves de Azevedo, que começou a vida como padeiro e era filho do amigo João Carusinho”, acrescenta Benedito Bastos. MEMÓRIA – Pintada de branco e janelas azuis, a capela, tombada pelo IPHAN, mantém um jardinzinho singelo carecendo de mais trato. Uma quaresmeira oferece aos visitantes buquês lilás de sua produção de inverno. O céu abre cortinas cinzentas e mostra um azul sem igual no mundo e de todas as palmeiras, (marca do poderio dos barões, condes e viscondes) testemunha de dramas e conquistas, restou apenas uma com suas palmas erguidas para céu em ato penitente. Nos antigos massapês nascem prédios e estradas. Não vai demorar muito e a história será outra que a contemporaneidade decidir ser mais importante. Todavia, pode-se perceber a aura de um lugar tecido pelo imaginário: Aceiros apinhados de escravos, senhores caminhando ao lado das sinhás, cambonas puxando canas pros bangüês e ladainhas singelas cantadas por madonas. Dos assecas, por enquanto, só restou a memória, que também pode ser esquecimento.