terça-feira, 26 de outubro de 2010

Prêmio de Cultura “Alberto Ribeiro Lamego”



HISTÓRICO

O Prêmio foi criado, em 1986, pela então diretora do Departamento de Difusão Cultura da municipalidade, professora (hoje empresária) Diva dos Santos Abreu Barbosa, uma inovação do governo do prefeito José Carlos Vieira Barbosa, destinada a premiar os intelectuais da cidade destacados através de sua produção cultural de diferentes correntes estéticas.

A “Folha da Manhã” do dia 19 de novembro de 1996 publicou matéria com a criadora, 11 anos depois de sua primeira premiação, ocorrida em 1987, ocasião em foram laureados os escritores Osório Peixoto Silva e José Cândido de Carvalho e o jornalista, escritor e dramaturgo Hervé Salgado Rodrigues.

Diva conta que “ao assumir o cargo encontrou apenas uma sala vazia”. Uma sala sem memória – recorda, ao salientar que o prêmio surgiu dentro de um projeto artístico desenvolvido pelo Departamento. Ela lembrou que na época começava um trabalho de resgate das casas de cultura. Depois foi criado um concurso para a escolha do troféu, sagrando-se vencedor o arquiteto Ricardo Paes Teixeira.

“Com o resgate das casas de cultura, José Cândido de Carvalho foi homenageado dando nome a de Goytacazes”, publicou a Folha. “Depois disso ele passou a ficar de bem com Campos”, referindo-se a certa mágua que o escritor tinha com a cidade, que pouco valorizava seus artistas.

CRIADOR DO TROFÉU

“Folha da Manhã” do dia 26 de setembro de 1986 publicou matéria sobre o criador do Troféu Alberto Ribeiro Lamego, assinalando que o nível dos trabalhos foi muito elogiado pela Comissão Julgadora integrada pelo arquiteto Renato Marion de Aquino, representando o Departamento Cultural; César Moraes Magalhães, da Associação Norte Fluminense de Engenheiros e Arquitetos (ANFEA), José Lauro Saraiva, da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima; e Marilia Novo, convidada especial.

“Entusiasmado com o projeto que vem sendo desenvolvido pelo Departamento de Cultural, o arquiteto Renato Marion de Aquino disse que o Prêmio Alberto Ribeiro Lamego representa a retomada da esperança em termos culturais para Campos”, enfatizou o jornal.

Diva Abreu, que acompanhou o julgamento dos cinco trabalhos apresentados, juntamente com o professor Aristides Artur Soffiati Neto, criticou o pequeno número de participantes. E foi incisiva: “Está na hora do campista olhar a sua cidade fora dos parâmetros das colunas sociais”.

Vencedor do concurso, Ricardo Paes Teixeira disse que essa é a segunda vez que participa de concursos na região, recebendo nas duas oportunidades o primeiro prêmio. Dessa vez, no entanto, observou que foi muito mais gratificante ter o seu trabalho escolhido como o melhor, pois ele estará contido no contexto de uma Lei Municipal.

Sobre o projeto, Ricardo informou que se baseou no fato do historiador Alberto Ribeiro Lamego ter se ligado sempre à pesquisa, o que pode ser considerado a busca de origens.

Representando fisicamente a origem, foi criada uma esfera envolvida por um elemento vertical – como se fosse a busca – e todos esses elementos sob uma base plana simbolizando a região de pesquisa do escritor e geólogo, ou seja: a planície decantada nos versos de Azevedo Cruz.

OS LAUREADOS

1987 – Escritor Osório Peixoto Silva
Escritor José Cândido de Carvalho
Jornalista Hervé Salgado Rodrigues

1988 – Artista Plástico Ivaldi Granato
Educadora Maria Tereza da Silva Venancio
Professor Mário Ferraz Sampaio

1989 – Professor Aristides Artur Soffiati Neto

1990 – Jornalista Amaro Prata Tavares

1991 – Professor Walter Siqueira

1992 – Historiador Waldir Pinto Carvalho

1993 – Escritor Padre Antonio Ribeiro do Rosário

1994 – Livreiro João Sobral (Ao Livro Verde)
Filósofo José Américo Mota Pessanha (In-memóriam)

1995 – Professora Zuleima Oliveira Faria
Folclorista Ana Augusta Rodrigues (In-memóriam)

1996 – Dramaturgo Orávio de Campos Soares, João Rodrigues de Oliveira e o Filólogo Newton Perissé Duarte (In-memóriam).

Obs.: Nos anos de 1997 e 1998 não houve indicação e entrega do prêmio. Em 1999 a cerimônia premiou de uma só vez sete personalidades,
Jornalista João Rodrigues de Oliveiravalendo os prêmios pelos anos de 1997, 1998 e 1999, a saber:

1997 - Welligton Paes e Pedro Manhães (In-memóriam)

1998 - Gercy Pinheiro de Souza,Yeda Botelho Salles (In-memóriam) e Wilson Batista (In-memóriam)

1999 - Jorge Renato Pereira Pinto e Adilson Alves Rangel (In-memóriam)

Obs: Não foram encontrados registros de outras indicações entre os anos de 2000 e 2007.

2008 – Educadora Maria Elizabeth Vieira de Araújo.

2010 - Professor Joel Ferreira Melo e o poeta Antônio Roberto Fernandes (in-memóriam).

2011 - Maestrina Vilma Rangel Braga e o teatrólogo Felix da Silva Carneiro (in- memóriam).

2012 - Compositor Geraldo Gamboa e Professora Rita Maria de Abreu Maia (in-memóriam).

QUEM FOI/É ALBERTO RIBEIRO LAMEGO

No livro “Gente Que é Nome de Rua”, o historiador Waldir Pinto Carvalho, tece uma bibliografia do homenageado:

Alberto Ribeiro Lamego nasceu em Campos no dia 9 de Abril de 1896. Era/é filho de Alberto Frederico de Moraes Lamego e de Dona Joaquina Maria de Couto Ribeiro Lamego.

Historiador como seu pai, que escreveu a célebre coleção “Terra Goitacá”, tornou-se mais conhecido como Lamego Filho e produziu, por sua vez, também uma obra das mais valiosas da qual, ainda que de maneira ligeira, iremos falar no decorrer desta pálida homenagem que rendemos à sua memória.

Tendo as primeiras letras em sua sempre amada terra natal, concluiu pelo ano de 1910 o curso primário, não no Brasil, mas no “Colégio Campolide” dos padres jesuítas na cidade de Lisboa, em Portugal, uma vez que sua família passou a residir na Europa.

Nesse educandário português começou, também, o curso secundário, indo, entretanto, concluí-lo no Colégio Saint Michell, igualmente de jesuítas, em Bruxelas, na Bélgica. Em 1913, com 27 anos de idade, pediu sua inscrição no Curso de Engenharia de Artes, Manufatura e Minas, da Universidade de Louvain.

Estava iniciada a jornada em busca do saber maior, daquele conhecimento que haveria de fazê-lo conhecido, famoso e respeitado, não apenas em seu pais de origem, mas em todo o mundo.

Londres era agora o seu alvo. Em 1914 para aquela cidade se transferiu para realizar novos estudos. Cursou, a partir de então, a Royal School of Mines do Imperial College of Science and Technology.

Espírito prático, na mesma ocasião,usando o tempo que lhe sobrava, freqüentava o Curso de Licenciado em Engenharia de Minas da Universidade de Londres. Já em 1918, havia concluído satisfatoriamente esses dois valiosos cursos.

Seu retorno ao Brasil ocorreu pelo ano de 1920. Uma vez em que seu país, com todo direito, ingressou no Serviço Geológico do Ministério da Agricultura.

E, assim, pondo a prova os seus conhecimentos, executou diversos trabalhos de campo em várias regiões do Brasil, cuja experiência muito lhe valeu para a sua obra do futuro.

Entre os anos de 1924 e 1932, Lamego Filho, afastou-se do Serviço Geológico, mas retornando ao órgão onde havia iniciado a sua bela carreira, pôde muito oferecer de importante ao setor.

Da enorme relação de dados sobre o ilustre campista, consta os seguintes:

– Diretor da Divisaõ de Geologia e Mineralogia do Departamento Nacional de Produção Mineral entre os anos de 1951 e 1961, quando publicou 162 trabalhos executados pelos técnicos sob a sua direção.

– Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade Brasileira de Geologia, da Associação dos Geográfos Brasileiros, da Academia Fluminense de Letras, da Academia Campista de Letras, (ocupando a Cadeira nº 9, cujo patrono é Francisco Saturnino Rodrigues de Brito), do Instituto Histórico e Geográfico da cidade do Rio de Janeiro, do Instituto Pan-Americano de Geografia e História.

– De 1951 a 1961, ocupou o cargo de Delegado do Ministério da Agricultura, junto ao Conselho Nacional de Geografia;

– Delegado do Brasil nos Congressos Internacionais de Geologia, realizado em Londres, Argel, Copenhague, Nova Delhi, e tomou parte nas reuniões da Comissão da Carta Geológica do Mundo, levadas a ereito em Hanover, Paris, Montividéu, Rio de Janeiro, Praga e Lima.

– Em 1972, serviu como Delegado do Brasil no Congresso Internacional de Geologia no Canadá;

– Delegado do Brasil ao Congresso Internacional de Geografia do Rio de Janeiro e aos Pan-americanos de Engenharia de Minas e Geologia de Petropólis e da cidade do México;

– Delegado aos Congressos Nacionais de Geografia de Florianópolis, Rio de Janeiro e de Brasília, bem como delegado aos Congressos Nacionais de geologia do Rio e de Vitória;

– Data de 1966, a sua participação como delegado ao Primeiro Simpósio Brasileiro de Paleontologia;

– Vice-Presidente da Comissão da Carta Geológica Internacional do Mundo, com sede na capital da França;

– Ex-Vice-Presidente da União Internacional das Ciências Geológicas com sede em Copenhague;

– Membro das bancas examinadoras dos concursos para cátedras de Geografia do Brasil, da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo; de Geografia Humana, da Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil e de Geografia Geral do Colégio Pedro II. Membro da banca examinadora para mestrado no Conselho Nacional de Geografia , da irmã Loreto e membro da banca examinadora para doutorado na Puc;

– Em 1958 tomou parte como Membro da Comissão do Conselho Nacional de Economia para a Recuperação do Nordeste brasileiro;

– Prêmio José Boiteux no Congresso Nacional do Rio de Janeiro de 1946, pelo seu trabalho intitulado “ O Homem e a Restinga”.

– Prêmio Orville A. Derby, com trabalho sobre Geologia do Brasil, intitulado “Mapa Geológico do Brasil”.

– A pedido do Dr. Rodrigo de Melo Franco, Diretor do IPHAN, fez o tombamento dos monumentos do Estado do Rio de Janeiro;

– Em 1949, em sua cidade de Campos, ocupava o cargo de Professor de Geografia do Curso Noturno do Liceu de Humanidades;

– Perito na Questão de Limites entre os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais;

– Ocupou o cargo de Chefe do Grupo Brasileiro de Convênio Brasil-Estados Unidos, para pesquisa de urânio no Brasil entre os anos de 1957 e 1961. Convém lembrar que nessa chefia organizou uma longa série de reconhecimentos, abrangendo grandes áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernanbuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Goiás e Mato Grosso, quando encontrou jazidas de urânio. Os resultados foram apresentados em relatórios à Comissão Nacional de Energia Nuclear;

– Além de tudo, Alberto R. Lamego, chegou a ocupar o cargo de Assessor do Departamento Nacional de Produção Mineral e da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Entre os seus 44 trabalhos literários que publicou e deixou inéditos, podemos destacar os seguintes:

- A PLANÍCIE DO SOLAR E DA SENZALA, em cujo prefácio diz Oliveira Viana:

“Há nele uma mistura de imaginação e realidade, de inspiração literária e preocupação científica. Lamego Filho trai nele o poeta que se fez homem de ciência, o autor de versos e o engenheiro de minas...”;

A BACIA DE CAMPOS NA GEOLOGIA LITORÂNEA DO PETRÓLEO, publicado em 1944. com esse trabalho, Lamego Filho confirmou de forma técnica o que sempre foi uma obsessão da gente da Baixada Campista: a existência de petróleo nos Campos da Boa Vista;

O HOMEM E A RESTINGA. Medalha de Ouro do Congresso Nacional de Geografia do Rio de Janeiro de 1946 ( Biblioteca Geográfica Brasileira). A introdução feita pelo autor assim se inicia:

“Em O Homem e o Brejo andamos sobre a terra fértil. Sobre as auviões fecundas que emergiram de um dilúvio. Ali vimos enraizar-se tenazmente o homem, imantado pela opulência do solo e elevando por trezentos anos, com seus braços, uma crescente frutificação soberba.

O cenário agora é bem diverso. Pulamos a fartura máxima da gleba a uma penúria extrema. Das argilas ricamente produtivas e abandonadas por um rio, a extensíssimos areaias estéries depositados pelo mar. Duas planícies, dois ambientes secularmente contrastantes, sobretudo quando os vemos lado a lado...”

O HOMEM E A GUANABARA. Esta obra foi publicada em 1948, sob o patrocínio da Biblioteca Geográfica Brasileira, e se constitui noutra produção da maior utilidade para os estudiosos da área:

O HOMEM E A SERRA. Biblioteca Geográfica Brasileira, Rio de Janeiro, editada em 1950. Valiosa fonte de estudos;

GEOLOGIA DAS FOLHAS DE CAMPOS, SÃO TOMÉ, LAGOA FEIA E XEXÉ. Esta obra que faz evoluir a possibilidade de existência de petróleo em Campos, foi publicada no Rio em 1955;

Em carta, assim se referiu a Alberto Ribeiro Lamego, o grande escritor brasileiro, Agrippino Griecco:

“Cada vez me sinto mais entusiasmado com teus livros. Estás realizando admirável trabalho de conjunto. Há substância, boa linguagem, serena crítica sociológica em tudo que rediges...”.

Em 1974, Alberto Ribeiro Lamego, lançou a Segunda Edição de seu livro “O HOMEM E O BREJO”. Um dos locais para o evento, escolhido pelo renomado homem da ciência , foi a livraria LIVRO VERDE, em Campos, cujas portas lhe foram abertas prazenteiramente pelo seu proprietário João Sobral.

A “manhã de autógrafos”, da qual participaram seus amigos e o mundo intelectual de Campos, comparecemos para conhecer pessoalmente a grande figura nacional. Foi, sem dúvida um acontecimento inesquecível e dos mais significativos para a nossa cidade.

Alberto Ribeiro Lamego era casado com a distinta Sra. Marina Lamego.

Com 89 anos de idade, faleceu Alberto Ribeiro Lamego no dia 16 de outubro de 1985, no Rio de Janeiro, onde residia. Sua vontada expressa de ser sepultado em Campos, sua terra natal, foi rigorosamente cumprida por sua família.

Após ficar em câmara ardente na sede da Academia Campista de Letras, da qual era membro efetivo, seu corpo foi velado na Igreja de São Francisco, local histórico, onde um marco informa que ali há 300 anos, a população de São Salvador dos Campos a fez elevar-se à categoria de Vila.

O MONITOR CAMPISTA, reportando-se ao fato, entre outras palavras publicou:

“O filho da terra repousa abraçado ao solo em que nasceu e que tanto amou....

… o amante de PLANÍCIE DO SOLAR E DA SENZALA e o analista de O HOMEM E O BREJO realizou uma obra singular, correspondendo os méritos do escritor à ciência e aos títulos do técnico e do historiador.

… Bastaria citar a vice-presidência da Carta Geográfica Internacional, que ocupou, para atestar sua posição na comunidade científica, ombreando-se aos pesquisadores dos países mais avançados.

A NOTÍCIA, em seu comentário sobre o grande vulto, vale a pena destacar o seguinte tópico:

“Um dos livros, A BACIA DE CAMPOS NA GEOLOGIA LITORÂNEA DO PETRÓLEO, datado de 1944, foi uma previsão com mais de 30 anos de antecedência sobre a grande importância da Bacia de Campos na exploração petrolífera, hoje plenamente confirmada com a atuação da Petrobrás na região, que já é a responsável por mais de 50 por cento de toda produção nacional.”

A “FOLHA DA MANHÔ, do dia 17 de outubro de 1985, em seu editorial, entre outros trechos, destacam-se os seguintes:

“As características especiais de um povo que teve a sua fibra e rija espinha dorsal moldada pelas condições adversas que encontrou na terra virgem são o tema predileto de um dos maiores cientistas brasileiros no campo da Geologia. Um cientista cuja obra deveria ser de leitura de todos que pretendam conhecer a verdadeira história da colonização dos Campos dos Goytacazes. Alberto Ribeiro lamego sepultado ontem na terra que tanto amou..."

…Praticamente desconhecido pelas novas gerações – e mesmo a cadeira de História e Geografia da Faculdade de Filosofia pouco acesso tem a seus livros – Alberto Ribeiro Lamego era um entusiasta do que chamou de “a civilização campista”. Um novo tipo de raça pioneira, só comparável aos peregrinos que avançavam pelos terrenos hostis da América do Norte na conquista do Oeste...

…Lamego morre tendo conseguido visualizar uma de suas predições feitas com base e rigor científico. Ele havia, já nos idos de 40, alertado as autoridades para o imenso potencial petrolífero que advinhava na formação sedimentar do delta do Paraíba e na Lagoa Feia. O sonho de Lamego e outros pioneiros que acreditaram no petróleo campista e hoje realidade pujante no trabalho dos técnicos e operários da Petrobrás...

Sendo a vida, inquestionavelmente, uma missão, a de Alberto Ribeiro Lamego , foi, sem dúvida, cumpridade maneira admirável.

Queremos, nesta ligeira homenagem que prestamos à sua memória fazer coro com aqueles que não se cansam de exaltar o seu esforço e dedicação em favor do progresso, não apenas de Campos, mas do nosso sempre amado Brasil.

Se possível fosse nos comunicarmos com a sua personalidade-alma neste momento em que redijo estas palavras (dezembro/87), o faríamos para lhe pedir desculpas pelos campistas que ainda não se dignaram de inaugurar uma bela avenida com o seu luminoso nome.

Estamos certos, entretanto, que um dia, ALBERTO RIBEIRO LAMEGO, será nome de rua em sua sempre adorada Campos dos Goytacazes. (Hoje, finalmente, temos a Avenida Alberto Ribeiro Lamego, que começa na Rua Fhilipe Uébe e se prolonga até a rodovia que dá acesso a São João dea Barra/Atafona e Grussai).


FONTES DE INFORMAÇÃO

TERRA GOYTACÁ – Alberto F. M. Lamego

SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DE CAMPOS – Júlio Feidit

CICLO ÁUREO – Horácio Souza

MOVIMENTO LITERÁRIO DE CAMPOS - Múcio da Paixão

FOLHA DO COMÉRCIO - Coleção de Jornais

MONITOR CAMPISTA – Coleção de Jornais

A NOTÍCIA - Coleção de Jornais

A CIDADE – Coleção de Jornais

GUIA GERAL DE CAMPOS – Hélvio Bacelar/ Herbson Freitas

ARQUIVO PESSOAL – Latour Arueira

ARQUIVO PESSOAL – Walter Siqueira

ARQUIVO PESSOAL – Leontino Machado

ARQUIVO PESSOAL – Carlos Amorim

ARQUIVO BIBLIOTECA MUNICIPAL

Cartórios do 1º, 2º e 3º SUB-DISTRITOS

PROGRAMA “NOSSA TERRA NOSSA GENTE” - Waldir P. Carvalho.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CDL, ACIC e CARJOPA prestam apoio ao programa de revitalização das Bandas


O secretário Municipal de Cultura, Orávio de Campos (D), a presidente da CDL, Maria Luiza Schultz (C) e representantes das bandas de Campos durante reunião de apoio às sociedades musicais

A secretaria municipal de Cultura está contando com o apoio da Câmara dos Dirigentes Lojistas – CDL; Associação Comercial e Industrial de Campos – ACIC; e o Conselho dos Lojistas da Rua João Pessoa e Adjacências – CARJOPA, como aliados na luta para salvar da extinção as sociedades musicais do município, a maioria com mais de 100 anos.

Na reunião realizada na manhã desta quarta-feira (06/10), na CDL – fizeram-se presentes o Secretário Municipal de Cultura, Orávio de Campos; o subsecretário, Sérgio Alvarenga, a diretora Maria Lucia Bittencourt; a presidente da CDL, Maria Luiza Schultz, o empresário Sérgio de Oliveira, da ACIC, além de representantes das bandas. Ficou acertado que todas vão realizar em dezembro uma “Cantata de Natal”.

O professor Orávio de Campos elogiou a participação dos lojistas no programa de revitalização das bandas civis que, além das apresentações natalinas, também terão um convênio para criar cursos de música em suas sedes visando a sua própria oxigenação, além de poderem contar com recursos financeiros para sua manutenção.

Estiveram presentes maestros e representantes de nove bandas: Lira de Apolo; Operários Campistas; Lira São José; Sociedade Musical Nossa Senhora das Dores (Dores de Macabu); Sociedade Musical Nossa Senhora da Penha (Tocos); Sociedade Musical Santo Amaro (Santo Amaro); Euterpe Sebastianense (São Sebastião); Lira Conspiradora; e Lira Guarany.

A Secretaria de Municipal de Cultura está gestando o projeto global, incluindo as cantatas e os convênios para 2011. Quando estiver pronto, na próxima semana, será marcada uma audiência com o prefeito em exercício, Nelson Nahim, na qual estarão presentes todas as lideranças lojistas e as representações das centenárias bandas civis do município.
 
A presidente da CDL, Maria Luiza Schultz, ladeada pelo secretário de Cultura, Orávio de Campos Soares (E) e pelo subsecretário, Sérgio Alvarenga e representantes das bandas

Exumados os despojos da heroína Mariana Barreto

Os restos mortais da heroína Mariana Barreto, filha de Benta Pereira, que estavam sepultados debaixo do piso da Sala dos Dízimos da Igreja de São Sebastião, foram exumados, nesta terça-feira (05/10), numa iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, com a supervisão do museólogo Carlos Roberto Bastos Freitas, diretor do Arquivo Público e com o apoio de Rodrigo Ribeiro Gomes, diretor da Conenge Engenharia.

Orávio de Campos e Carlos Freitas, acompanhando a escavação 

O trabalho de recuperação das relíquias da heroína, que durou quase o dia todo, foi acompanhado pelo secretário de Cultura, Orávio de Campos Soares; da pesquisadora Maria Lucia Bittencourt da Fonseca; da assistente do Arquivo Público, Larissa Manhães; e dos padres Elênio Abreu e Lenilson Alves, além do Ministro da Eucaristia Adaivo Ribeiro. Nas pesquisas participaram, ainda, os operários Rony Lopes e Maicon Olegário.


Carlos Freitas e os operários durante a escavação

MONUMENTO
O professor Orávio de Campos informou que os despojos recolhidos serão depositados numa pequena urna e colocada numa campa a ser construída no mesmo espaço da Sala dos Dízimos. “É que o padre Elênio achou por bem cumprir o que estabelece o testamento da Mariana Barreto, dando conta de que ela seria (como foi) sepultada na igreja de São Sebastião em ato religioso acompanhado pelos prelados”.

- Do lado de fora, num jardim localizado à esquerda do templo, construído em 1730, em área doada pelo Visconde de São Sebastião, será erguido um momento alusivo aos feitos da heroína. “As novas gerações precisam conhecer sua história voltada para a defesa das nossas instituições, numa época difícil em que a Coroa Portuguesa agia com os que se sublevavam contra suas decisões absolutistas”, lembrou o secretário.
 
 
Parte dos despojos encontrados


Padre Elênio (E) e Orávio de Campos conversam logo após a descoberta dos despojos de Mariana Barreto

A recuperação dos despojos foi provocada pela ação do jornalista Humberto Moreira acatada pela Secretaria Municipal de Cultura. Na denúncia constava que “os restos mortais estavam sepultados sob o piso de uma lanchonete”. Nas investigações essa possibilidade foi descartada, mas o Padre Elênio descobriu, conversando com paroqueanos, que a Sala dos Dízimos, em determinada época funcionava como uma espécie de lanchonete.
 
 
Larissa Guimarães e Carlos Freitas durante verificação dos despojos de Mariana Barreto
 
Felizmente o assunto parece estar encerrado. A recuperação dos despojos se dá, na realidade 215 anos depois do sepultamento. “Na realidade, já estava cumprindo o princípio bíblico de que a matéria volta ao pó. Espero, sinceramente, que a contemporaneidade tenha cumprido sua parte na recuperação dessas instâncias espirituais e que a sociedade possa render as justas homenagens a esta mulher importante para a história da cidade”, concluiu o secretário.