quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Exumados os despojos da heroína Mariana Barreto

Os restos mortais da heroína Mariana Barreto, filha de Benta Pereira, que estavam sepultados debaixo do piso da Sala dos Dízimos da Igreja de São Sebastião, foram exumados, nesta terça-feira (05/10), numa iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, com a supervisão do museólogo Carlos Roberto Bastos Freitas, diretor do Arquivo Público e com o apoio de Rodrigo Ribeiro Gomes, diretor da Conenge Engenharia.

Orávio de Campos e Carlos Freitas, acompanhando a escavação 

O trabalho de recuperação das relíquias da heroína, que durou quase o dia todo, foi acompanhado pelo secretário de Cultura, Orávio de Campos Soares; da pesquisadora Maria Lucia Bittencourt da Fonseca; da assistente do Arquivo Público, Larissa Manhães; e dos padres Elênio Abreu e Lenilson Alves, além do Ministro da Eucaristia Adaivo Ribeiro. Nas pesquisas participaram, ainda, os operários Rony Lopes e Maicon Olegário.


Carlos Freitas e os operários durante a escavação

MONUMENTO
O professor Orávio de Campos informou que os despojos recolhidos serão depositados numa pequena urna e colocada numa campa a ser construída no mesmo espaço da Sala dos Dízimos. “É que o padre Elênio achou por bem cumprir o que estabelece o testamento da Mariana Barreto, dando conta de que ela seria (como foi) sepultada na igreja de São Sebastião em ato religioso acompanhado pelos prelados”.

- Do lado de fora, num jardim localizado à esquerda do templo, construído em 1730, em área doada pelo Visconde de São Sebastião, será erguido um momento alusivo aos feitos da heroína. “As novas gerações precisam conhecer sua história voltada para a defesa das nossas instituições, numa época difícil em que a Coroa Portuguesa agia com os que se sublevavam contra suas decisões absolutistas”, lembrou o secretário.
 
 
Parte dos despojos encontrados


Padre Elênio (E) e Orávio de Campos conversam logo após a descoberta dos despojos de Mariana Barreto

A recuperação dos despojos foi provocada pela ação do jornalista Humberto Moreira acatada pela Secretaria Municipal de Cultura. Na denúncia constava que “os restos mortais estavam sepultados sob o piso de uma lanchonete”. Nas investigações essa possibilidade foi descartada, mas o Padre Elênio descobriu, conversando com paroqueanos, que a Sala dos Dízimos, em determinada época funcionava como uma espécie de lanchonete.
 
 
Larissa Guimarães e Carlos Freitas durante verificação dos despojos de Mariana Barreto
 
Felizmente o assunto parece estar encerrado. A recuperação dos despojos se dá, na realidade 215 anos depois do sepultamento. “Na realidade, já estava cumprindo o princípio bíblico de que a matéria volta ao pó. Espero, sinceramente, que a contemporaneidade tenha cumprido sua parte na recuperação dessas instâncias espirituais e que a sociedade possa render as justas homenagens a esta mulher importante para a história da cidade”, concluiu o secretário.
 

Nenhum comentário: