segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Orávio de Campos é o Coodenador do Fórum de Cultura do Norte Fluminense

Orávio de Campos ao lado de Delmar Cavalcanti, Zeca Barros e Afonso Furtado, da Secretaria de Cultura do Estado, durante o encontro  regional em Quissamã

O secretário Municipal de Cultura, professor Orávio de Campos, é o coordenador do Fórum Regional de Cultura do Norte Fluminense. A indicação ocorreu no último sábado, durante a Conferência de Cultura realizada em Quissamã, com a presença de gestores culturais de Campos dos Goytacazes, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis, Conceição de Macabu, Cardoso Moreira, Carapebús, Quissamã e Macaé.

A representante oficial, eleita por seus pares, junto ao Plano Estadual de Cultura, de que é coordenador Zeca Barros, é a professora Rossana Barcelos Vieira, de Quissamã; sendo suplente Naenilse da Silva, de São Francisco de Itabapoana. O evento, contou com mais de 200 participantes e a palestra principal ficou a cargo do Dr. Aristides Artur Soffiati Neto, que dissertou sobre a regionalidade cultural passando seu discurso pela cultura do meio ambiente.

 O professor Orávio, de quem surgiu a ideia da integração regional da cultura do norte fluminense, vai convocar, nos próximos dias, uma reuniões com os gestores públicos para estudar estratégias voltadas a composição de um calendário cultural para 2011. “Historicamente estamos ligados, agora só falta tratarmos de nossas produções em conjunto”, finalizou.

Numa disputa das mais acirradas, Antônio Roberto de Góis Cavalcanti, da Empresa KAPITAR Empreendimentos Culturais e Turísticos, foi eleito o representante da sociedade civil da cidade junto ao Plano Estadual de Cultura e em suas mãos estão as propostas inovadoras, que beneficiem os nossos produtores culturais.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Campos tem proposta de integração cultural para encontro de Quissamã


Levando como proposta a integração das culturas regionais, uma caravana de produtores de cultura do município participa, neste sábado, a partir das 9 horas, do Encontro Regional de Cultura do Norte Fluminense, em Quissamã, evento promovido pela Secretaria Estadual de Cultura, visando a elaboração de um Plano Estadual de Cultura que contemple todas as correntes estéticas, desde o erudito até as manifestações folclóricas e populares.

A delegação, com cerca de 46 pessoas, será chefiada pelo secretário, professor Orávio de Campos Soares; e contará com os presidentes da Fundação Cultura Oswaldo Lima, Avelino Ferreira; da Fundação Teatro Trianon, Auxiliadora Freitas; Zumbi dos Palmares, Jorge Luiz Pereira e do diretor do Arquivo Público, museólogo Carlos Freitas. E, por parte da sociedade civil, todas as entidades que participam do Conselho de Cultura.

A conferência de abertura do acontecimento estará a cargo do Dr. Aristides Artur Soffiati Neto, professor da Universidade Federal Fluminense. Ele abordará o assunto “História e Cultura da Região do Norte Fluminense”, oferecendo uma abertura para que se possa pensar numa promoção cultural integrada. Para o professor Orávio de Campos Soares, “é preciso estabelecer parcerias em função da construção de uma identidade regional”.

A reunião será presidida pelo intelectual Zeca Barros, Coordenador Geral do Plano Estadual de Cultura e sua equipe que, antes de chegar à regionalidade, realizou, pontualmente, reuniões em todas as cidades, como Campos dos Goytacazes, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis, Cardoso Moreira, Quissamã, Careapebús, Conceição der Macabu e Macaé. A delegação de Campos vai sair nesta manhã, às 6h30min do Palácio da Cultura.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Monumento à Benta Pereira instalado no Jardim São Benedito

 
A efígie de Benta Pereira, desaparecida desde que a praça Hélio Póvoa foi demolida para a construção da Ponte Rosinha Garotinho, acaba de ser repecurada pela secretaria Municipal de Cultura e instalada junto aos jardins da Academia Campista de Letras, a partir de um entedimento entre os membros daquela casa que reúne a inteligência do município. Para que isso acontecesse, o secretário Orávio de Campos Soares contou com a colaboração do secretário de Obras e Urbanismo, César Romero Braga e com o dr. Rodrigo Ribeiro Gomes, da Conenge Engenharia, a quem coube a restauração do monumento composto de três pedras de mármore branco sobrepostas, tendo na parte superior a efígie da heroina. Para o trabalho, a empresa teve que remover cerca de três centímetros de cal, fruto de inúmeras caiações indevidas. “Agora o mármore voltou à sua originalidade e o monumento ficou mais bonito pela valorização de uma placa alusiva ao feito, contendo, inclusive, um expressivo texto de autoria da professora Arlete Sendra”, informou o secretário de Cultura. A (re) inauguração da única peça histórica que homenageia a heroina das Quatro Jornadas contra o domínio dos Assecas vai ser promovida pelos imortais da Academia Campista de Letras, atualmente presidida pelo jurista e intelectual Dr. Elmar Martins.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

História e memória do tempo dos Assecas

   A antiga fazenda do Visconde de Asseca, cuja descendência brigou, por muitos anos e jornadas, contra os fazendeiros e posseiros liderados pela heroína Benta Pereira, e sua filha Mariana Barreto, está perdida no meio do avanço urbanístico do bairro que leva o seu nome e se conurba com Donana, portal da Baixada, aonde estão vivas no imaginário popular as sanhas do Coronel Ponciano de Azeredo Furtado, personagem do escritor José Cândido de Carvalho. De toda geografia da imensa pradaria onde o sol não tem como se esconder (e assim assevera os verbos amantes de Azevedo Cruz) restou apenas a Capela de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da fazenda extenuada pelo tempo responsável pelos avanços das novas tecnologias de produção capitalista. É o mais antigo e importante dos templos por inserir nas terras goytacazes a ritualidade do cristianismo barroco, por ação competente dos prelados jesuítas. Para os lados do Itaoca, há, ainda, resquícios da cana-de-açúcar mantida por algum sitiante teimoso e que não percebeu, ainda, o lamento final de seu ciclo que, durante mais de três séculos alimentou a escravidão e os poderosos senhores de engenhos. Pelos aceiros, além de um produto mirrado, sem maior grau de sacarose, muito mato, um gado ruminando na engorda e a ausência da casa grande, do bangüe e do correr-de-casas – lugar-senzala da escravada. SER E TEMPO – Hoje, em toda a região, outrora apinhada de engenhocas e usinas, somente a São José, perto dalí, mantém fumegando suas torres, sinal de que a gula de suas moendas está sendo alimentada, apesar da dificuldade de se conseguir matéria-prima. A única testemunha viva do apogeu da Fazenda do Visconde, assim mesmo por ouvir dizer, é Benedito Bastos, 88 anos registrando as mudanças na paisagem verdejante e nos costumes ancestrais. Revelou ser, ainda, administrador da “fazenda”, da família do Dr. Paulo Carneiro. O neto Rodrigo Bastos, 23, auxilia o avô contando coisas de memória. A casa grande ficava à direita, cerca de 500 metros da capela, quase junto à antiga estrada de São Gonçalo. As senzalas desciam pelo além do cercado, planejado no lado norte da igrejinha. Tinha árvores frondosas, currais para o gado e até mesmo lugar destinado à reprodução de negros e a fortuna dos senhores. No interior da capela, de barroco português, existe um clima sacro, embora as imagens miúdas se percam nos oratórios suntuosos. Mas vem sendo usado, ainda, o elevado do coro e consistório, púlpito e altar para missas tridentinas e seteiras contra ataques dos nativos. Todo domingo tem missa no santuário e os cânticos são únicos e não competem, mais, com o batuque dos jongos da negada se divertindo na porta das senzalas. Benedito lembrou-se das 77 festas realizadas enquanto zelador de Nossa Senhora do Rosário. “Muitos foram os que contribuíram”. Citou o fazendeiro Nilto Fonseca, da região do Cundo, “pessoa amiga que a irmandade muito deve pela dedicação durante muitos anos”. Este ano as festas serão nos dias 29, 30 e 31 de outubro. “A data cerca é 7 de outubro, mas as festas coincidem com a data em que a santa foi entronizada no altar”. - Há duas imagens originais guardadas a sete chaves. Se deixarmos aqui podem ser roubadas por colecionadores. Só na procissão é que a importante peça sacra é mostrada aos fiéis – lembra Rodrigo, enquanto ajuda no recolhimento de adobes gigantes saídos do solar do Visconde, demolido nos anos 50, “quando era prefeito José Alves de Azevedo, que começou a vida como padeiro e era filho do amigo João Carusinho”, acrescenta Benedito Bastos. MEMÓRIA – Pintada de branco e janelas azuis, a capela, tombada pelo IPHAN, mantém um jardinzinho singelo carecendo de mais trato. Uma quaresmeira oferece aos visitantes buquês lilás de sua produção de inverno. O céu abre cortinas cinzentas e mostra um azul sem igual no mundo e de todas as palmeiras, (marca do poderio dos barões, condes e viscondes) testemunha de dramas e conquistas, restou apenas uma com suas palmas erguidas para céu em ato penitente. Nos antigos massapês nascem prédios e estradas. Não vai demorar muito e a história será outra que a contemporaneidade decidir ser mais importante. Todavia, pode-se perceber a aura de um lugar tecido pelo imaginário: Aceiros apinhados de escravos, senhores caminhando ao lado das sinhás, cambonas puxando canas pros bangüês e ladainhas singelas cantadas por madonas. Dos assecas, por enquanto, só restou a memória, que também pode ser esquecimento.